O reajuste anual dos preços dos medicamentos, neste domingo (31), chegou a 4,33% e ficou acima da inflação de 2018. Os preços em geral subiram 3,75% no ano passado. O aumento foi aprovado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). Isso significa que um remédio vendido a R$ 50 pode custar R$ 52,16 ao longo do ano.

O Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos) afirma que, no acumulado de 2001 a 2018, a inflação geral somou 203,01% e o reajuste ficou em 169,38%. O sindicato garante, no entanto, que os preços não são aumentados automaticamente por drogarias e farmácias.

Segundo o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, a carga tributária sobre os remédios é o que mais impacta o bolso dos brasileiros. “A queda dos impostos dos medicamentos fará com que famílias e governo gastem muito menos para cuidar da saúde, com efeitos benéficos para toda a sociedade brasileira em produtividade, bem-estar e geração de riqueza”, afirma.

O economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz afirma que as famílias com idosos são as mais prejudicadas pelo aumento do custo dos remédios, já que são pessoas que costumam precisar de medicamentos específicos de uso contínuo.

Hoje, o reajuste das aposentadorias é determinado de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice que mede a inflação oficial do país. Portanto, o aumento dos medicamentos acima do indicador da inflação indica que haverá aumento no custo de vida destes brasileiros.

As casas com pessoas mais jovens não sentem tanto o impacto do reajuste, já que este público tende a consumir menos remédios.